segunda-feira, 31 de março de 2008

Paradigmas da Pedagogia da Autonomia

1 – O preparo científico do professor deve coincidir com a sua retidão ética e com o respeito aos outros.
2 – A ética universal do Homem é a ética enquanto marca da natureza humana, enquanto algo absolutamente indispensável à convivência humana.
3 – Não há docência sem discência. Ambas se explicam e os seus sujeitos, apesar da diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.
4 – Ensinar não é transmitir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.
5 – O ensino “bancário”, aquele meramente transferidor do perfil do objeto ou do conteúdo, não deve ser praticado por um educador progressista, que deve ser um problematizador em primeiro lugar. Há que se problematizar o futuro!
6 – Um momento fundamental na formação permanente do professor deve ser a reflexão crítica sobre a sua prática.
7 – O Homem não deve ser apenas objeto, mas sujeito, também, da sua História. Possui a tarefa histórica de mudar o mundo. Assim deve, também, pensar o educador progressista.
8 – O desvio ético do docente deve ser designado por “transgressão”.
9 – Não se pode discriminar o aluno em nome de nenhum motivo.
10 – A docência deve ser ideológica também. Há que se resistir, indignar, apresentar “justa ira”, em favor dos traídos e dos enganados.
11- Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém.
12 – Se a educação não pode tudo, alguma coisa fundamental a educação pode.
13 – É escutando que aprendemos a falar com os demais. Por isso, o docente deve saber escutar.
14 – Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica. Para ensinar, formar, é necessário estar aberto ao contorno geográfico, social dos educandos.

“Foi sempre como prática de gente que entendi o que-fazer docente”.
Paulo Freire

Fonte: FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

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